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Expedição Amazônia – Dia 3

Ao todo foram 8 dias de viagem pela Amazônia, Roraima, Guiana e Venezuela, resumi tudo isso em 3 posts Post 1Post 2 e esse que escrevo agora. Adianto que não terão posts exclusivos da Guiana e Venezuela, pois fui somente até as fronteiras. Na Guiana passei a noite na cidade de Lethem, e na Venezuela fiz um bate e volta até a cidade de Santa Elena de Uairén, decidi não passar a noite até pela situação que o país enfrenta. Mas vamos ao que interessa os meus dias seguintes na Amazônia.

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Porto de Manaus

Acordei cedinho para fazer o 1 day Tour. Esse Tour é perfeito para quem está de passagem e não possui muito tempo para explorar a região, mas adianto que em 4 ou 5 dias você consegue fazer tudo tranquilamente sem correria. Dos passeios que a agência oferecia, só não fiz o Tour das cachoeiras de Presidente Figueiredo, porém, meu amigo Thiago de Brasília fez esse Tour e me disse que vale muito a pena. Mas vamos lá… Saímos da agência em direção ao porto de Manaus e de lá seguimos para um dia cheio de aventura.

A primeira parada foi para conhecermos o “Encontro das águas” que é o encontro do Rio Negro com o Rio Amazonas, as águas não se misturam por diversos fatores, temperatura da água, densidade e velocidade, os dois rios correm lado a lado, mas confesso que é possível ver melhor esse fenômeno do avião quando esta chegando em Manaus do que de barco, pois o barco é muito baixo :D.

Seguimos de barco até uma vila flutuante para ver de perto o “Pirarucu” um dos maiores peixes da Amazônia, na fase adulta eles podem atingir 3 metros de comprimento e pesar até 200 quilos :o. Como anteriormente eu citei, é muito comum os nativos da região construírem suas casas em cima de troncos para que flutuem durante os períodos de cheia.

Outro fato super interessante sobre o Pirarucu, é que ele é um dos poucos peixes que conseguem respirar fora d’água. Realmente é um ser pré-histórico que sobreviveu até os dias de hoje. Pois bem, após breve explicação fomos ver os bichos de perto.

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Pirarucu

Chegamos no criadouro e olha que bacana:

Tive a oportunidade até de tentar pescar um, e sinceramente se tu não segurar firme o bicho te puxa pra água. Incrível a força desse animal, confira:

Após essa experiência super legal, fizemos uma parada para conhecer as vitórias-régia que também são símbolos da Amazônia e paramos para o almoço.

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Vitória-régia

Interessante que essa planta aguenta até 70 kg sem afundar.

O legal que não importa para onde você vá, sempre vai encontrar um macaquinho pelo caminho:

E o almoço? Realmente uma delícia e com direito a restaurante flutuante de frente pra selva 😀 .

Após o almoço, seguimos por mais uma hora até chegarmos ao local de interação com os botos. E cara, que coisa sensacional, eu já havia feito interação com os golfinhos em Cancún no México, porém era em cativeiro, e ter esse contato com esses animais livres na natureza é realmente mágico.

Confira o vídeo:

São cerca de 10-15 minutos de interação, onde você fica flutuando num rio que tem 50 metros de profundidade e está cheio de botos, muitos mesmo, você sente eles todo tempo passando e esbarrando em você, com certeza algo muito legal. Vale ressaltar que esse passeio não é realizado todos os dias devido a preservação dos botos. Dali seguimos para visitar a tribo indígena Tuyuka. Eu, a Renata e o Matheus (Meus amigos Cariocas) estávamos muito ansiosos para ter esse contato com os índios. Esses dois entram para aquela lista de pessoas maravilhosas que conheço em minhas viagens :D.

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Renata e Matheus

Chegamos lá, subimos alguns degraus e lá estavam os índios nos esperando com uma recepção super calorosa.

Até nos tiraram pra dançar:

É muito interessante, que apesar de ter mais contato com o mundo a tribo mantém seus costumes, de vestimentas, mulheres com seios à mostra, pinturas corporais e muito mais. Pudemos ainda, ver suas casas e provar um pouco da comida deles, no caso eu provei a formiga saúva que é muito apreciada não só pelos índios como por todos os moradores da Amazônia.

Provando a formiga saúva:

Após um ritual de boa vindas, conhecer um pouco dos costumes e seu estilo de vida, tivemos um bom tempo para tirar fotos.

Nos dias seguintes viajei para Roraima, Guiana e Venezuela. Alguns vídeos dessa viagem:

Retornei à Manaus depois de alguns dias e para me despedir dessa terra maravilhosa fui a Praia de Ponta Negra para ver um pôr do sol magnífico.

Foram dias memoráveis nessa região do Brasil, que ainda é pouco explorada, porém na minha opinião, uma das mais lindas do nosso país. Vivi muitas coisas e a Amazônia ficará para sempre em minha memória e no meu coração ♥ #ObrigadoAmazonas

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Expedição Amazônia – Dia 2

Após um primeiro dia cheio de aventura, o meu segundo dia na selva Amazônica reservava muitas surpresas!!

O plano era acordar as 5 horas da manhã e ver o nascer do sol no rio, porém estava chovendo muito e o cronograma teve essa alteração. Eu estava dormindo na cabana coberta de palha e pensando como não molha aqui dentro hein? Haha menos mal. Após o amanhecer o tempo ficou bom e peguei uma lancha e fomos até a casa do senhor Almir, morador ribeirinho que vive na região praticamente a vida toda e seria meu guia para uma expedição de sobrevivência na floresta. Agora a coisa ficou séria hahaha.

Nesse post serão mais vídeos do que fotos até porque os vídeos são explicativos em sua maioria. A caminhada dentro da floresta fechada durou cerca de 3 horas, e confesso que se algo acontecesse com o guia eu estaria morto!! Estávamos somente os dois e eu estava totalmente desorientado, a selva confunde muito seu senso de localização, até por isso é muito comum pessoas se perderem e em alguns casos nunca mais serem encontradas na selva amazônica!

Durante a trilha pela floresta, o guia nos mostra várias plantas medicinais, como fazer abrigos temporários, mostra quais árvores são inflamáveis para que possa fazer um fogueira, árvores frutíferas, árvores que são usadas nas fragrâncias de perfumes famosos, ensina também a seguir trilha de animais para caça, ou seja, realmente é um Tour de sobrevivência. Eu mesmo amei a experiência, porque como falei anteriormente sou fã dos programas de sobrevivência do Discovery Channel e eu estava ali sentindo na pele, mesmo que não fosse na mesma intensidade dos participantes reais desses programas 😀 .

Árvore Chichuá para fazer fogo na floresta:

Árvore de Açaí:

Aprendi muito sobre alguns insetos da Amazônia, inclusive alguns comestíveis, que muitos nativos da região apreciam. Abaixo as formigas Tapiba, que NÃO são comestíveis, porém causam uma sensação estranha ao passar pelo pele, incrível mesmo é que elas não mordem :D.

A casa das cigarras:

Com toda certeza, uma das partes mais esperadas dessa trilha era encontrar a larva da castanha e prová-la kkkk, eu estava meio desanimado porque abrimos muitas castanhas e não estávamos encontrando o bichinho, mas insistimos até encontrar. Olha, já comi muitas coisas estranhas nas minhas viagens, mas essa acho que ganhou o prêmio de mais estranha até aqui kkkk Pessoal que tem “nojinho”, não assista o vídeo abaixo 😀 :

Por incrível que pareça, o gosto da larva não é ruim. Quando você morde, ela explode na boca kkk e o gosto é de cocô ou doce de leite, Acrediteeemmm!!! hahaha 🙂 Pois bem, retornamos à Pousada e já estava próximo da hora do almoço. Eu estava com muita vontade de comer piranha e fui pescar o meu almoço.

Interessante mesmo, é que pescávamos piranhas na mesma parte do rio onde nadávamos kkkk. As piranhas só atacam se houver sangue na água! E sério, nunca uma pescaria foi tão fácil, eu peguei diversas piranhas, era jogar o anzol e puxar, muito fácil mesmo.

Após o almoço tomei um banho e começamos a aventura do retorno pra Manaus, mais uma lancha, uma Kombi e outro barco kkkk O retorno foi muito divertido, havia uma família de chineses, alguns franceses e o casal de Brasília Flávio e Lu, viemos dando boas risadas em cada derrapada que a Kombi dava nas estradas de barro.

Menos mal que todos chegamos com vida em Manaus, enfim havia sinal no telefone e pude avisar mamãe que estava bem kkkkk. E para o próximo dia?? Mais aventura que contarei no próximo post.

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Expedição Amazônia – Dia 1

“Amazônia” um destino pra quem gosta de aventura, de viver ao extremo, pra quem quer ter um contato único com a natureza isolado na maior floresta do mundo. Um destino imperdível que já estava em meus planos a muito tempo, quando via os programas do “Richard Rasmussen”, ou o “Largados e Pelados do Discovery Channel” imaginava estar nesse lugar indescritível, e ainda pouco explorado… Mas lá fui eu, me aventurar nas terras alagadas do maior estado brasileiro e aqui começo contar essa história para vocês;

A viagem originalmente seria feita em dezembro, mas adiantei a passagem por motivos pessoais e embarquei rumo à Manaus, cidade base de onde partem todos os Tours para explorar a selva. Fechei os passeios previamente com a Iguana Turismo e recomendo a agência. Pessoal muito bem capacitado e saiu tudo como o combinado.

Saí de Curitiba com 6º graus e cheguei à Manaus com 33º graus é mole? Mas além do calor da capital, senti também o calor do povo manauara que é muito receptivo! Fiquei hospedado no Local Hostel Manaus a uma quadra do Teatro Amazonas, um dos principais pontos turísticos da cidade e aproveitei o tempo para conhecer as redondezas e já provar a comida típica da região. Próximo ao Teatro existem dezenas de opções de restaurantes para todos os gostos e bolsos, escolhi a Tacacaria Amazônia e comi o Tacacá de Pirarucu e suco de cupuaçu para acompanhar. Em geral a comida amazônica é uma delícia com diversas opções de peixes, mas fica a dica,não deixe de provar o Tacacá 😉 .ice_2018-06-05-15-56-37-454

No dia seguinte sai cedinho rumo à selva. Não sei se por sorte ou azar (depende do ponto de vista) no dia em que fechei o passeio, nenhum outro turista fechou, ou seja, ganhei um tour VIP pagando o preço normal hehe, claro que conheci bastante pessoas no hotel de selva, a maioria gringos porém os passeios foram feitos em sua maioria somente eu e um guia, somente no retorno que tive mais turistas me acompanhando. Mas borá lá… Para chegar ao hotel de selva, atravessei o rio Amazonas de barco, rodei mais 70 km de combe em meio as estradas de barro, e ainda peguei mais um lancha por volta de 40 minutos andando em meio aos igarapés e igapós que se formaram devido ao alto nível dos rios. Eu estava realmente isolado de tudo, sem sinal de telefone, sem sinal de WI-FI apenas curtindo o momento e tudo que a selva tinha para oferecer e não foi pouco 😀 .

Durante dois dias minha casa foi a Pousada Juma Lake, com direito a cabana exclusiva e restaurante flutuante. Na verdade a maioria das casas da região são flutuantes para que na época das cheias subam juntamente com o nível da água não afetando a vida da comunidade ribeirinha.

Nesse primeiro dia, já pude observar a vida selvagem na floresta com diversos macacos, aves e inclusive botos que passavam saltando em frente o restaurante da pousada. À tarde fomos então fazer um passeio de barco pelos igapós e observar mais da vida selvagem. Para quem não sabe existem duas temporadas na Amazônia, a de chuva e a de vazante. Eu fui na temporada de chuvas e os rios estavam quase atingindo sua altura máxima. Com a alta dos rios formam igarapés que são rios secundários que não existem na temporada de vazante, e os igapós são partes das florestas na maioria das vezes navegáveis, porém com uma enorme quantidade de árvores o que dificulta a passagem de barcos grandes. Confiram nos vídeos abaixo:

O ponto alto desse passeio foi encontrar um bicho-preguiça e poder chegar muito perto dele, o problema é que ele não gostou muito de invadirmos o espaço dele e me deu um tapa e arranhou nosso guia que tentava pegá-lo kkkk Foi o bicho-preguiça mais rápido que vi em minha vida, sorte que tive o prazer de filmar toda essa epopeia, confira:

Após esses momentos de intensa emoção o animal se acalmou e pudemos tirar fotos e fazer vídeos a vontade. Uma coisa interessante é que a preguiça parece ser um animal muito calmo, até mesmo nosso guia se surpreendeu com a reação do animal, porém vale lembrar que qualquer animal selvagem pode agir de forma imprevisível e atacar, então é sempre bom ter cuidado.

Ela fez até pose pra foto:

No retorno até a pousada ainda vimos muitos macacos pulando nas árvores e fomos presenteados com um pôr do sol maravilhoso.

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Pôr do Sol Rio Juma Amazonas

Chegando a minha cabana tomei um banho e fui para mais uma aventura da viagem, fazer a focagem do jacaré. Vale sempre lembrar que nenhum dos animais sofre qualquer dano durante esses passeios, os guias são extremamente bem preparados e tem amplo conhecimento, os animais são retirados e rapidamente devolvidos a natureza. Estava totalmente escuro e de repente o guia põe as mãos na água e sai com o jacaré, tudo muito rápido.

Ele dá algumas breves explicações sobre o animal, e temos a oportunidade de tocá-lo ou até mesmo pegá-lo para os mais corajosos vale muito a experiência.

Após essa experiência, retornamos até a pousada onde jantei e logo fui dormir. E dormir na cabana coberta de palha em meio a selva foi muito legal, se ouvia de longe os gritos dos bugius, de aves sem dúvida algo incrível. O dia seguinte reservava ainda mais aventuras, mas isso conto no próximo post…

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